26/09/2012

Penso enquanto abaixo a cabeça,
você nem desconfia que estou aí,
Olho pro chão, longe e frio,
você tem certeza que não estou nem aí

vem devagar,
desça, pule, cáia,
salgada, tão grande e minúscula.
tão dolorida quanto descer, pular, cair.

Escrito ao som de All You Need Is Love

17/09/2012

Ser forte nunca foi seu forte,
Nem bonita, nem triste,
Nunca brigou realmente pelo o que queria

Nunca chorou com vontade,
Nunca soluçou xingando,
Nem lhe faltou ar pra xingar...

Nem saiu chutando brita,
E não deixou de ligar
E de pedir desculpas,

Não conseguia inverter o jogo
Nem jogar sem ser sincera..
Transparente de medo de temer

Nunca suou, nem saiu da linha,
Nem tremeu, só gemeu baixinho,
e soluçou escondida,

E mesmo asim, no auge da sua fraqueza... era admirada por ser forte.


Texto escrito ao som de The bitter end e a song to Say goodbye - Placebo, sugiro que ouçam pra ler.

12/09/2012

Gangorra.

Ela só queria brincar na gangorra,
No sobe e desce da vida ver o horizonte de vários angulos
Sem ter ninguém pra apontar se estava por cima,
ou por baixo,
Só queria curtir sozinha tudo aquilo


Mas na gangorra ninguém brinca sozinha...


Escrito ao som de Glory Box

11/09/2012

Quem mata quem?

Amanheceram bebendo e fumando no pé da praia.. emburrada ela perguntou
-Seja sincero comigo, o que você fez afinal?
-Como assim?
-O que você fez, eu sei que você fez algo grave, nunca ví você com essa cara, há tempo eu vejo isso, você não me engana, conta.
- Ele, que não fumava, pediu um cigarro, abaixou a cabeça e começou a falar, eu transei com você, foi isso.
- Como assim transou comigo, quando?
- Quando você fechou os olhos e sorriu, eu não devia ter feito, mas fiz.
- Tá mas assim, sem mais nem menos?
- É não me segurei
- Porra, pra que isso meu...
- Mas você também não é a mesma, faz tempo, não foi só eu quem mudou.
- Eu sei.
- Então diz aí, não foi só eu né.
- Eu te matei,
-Ham?
-Eu falei pra não transar comigo
- Como assim me matou?
-Eu avisei.
- Quando voê me matou?
- Quando fechei os olhos e sorri.
- Aquele sorriso me chamou.
- Não era seu aquele sorriso
- É, você me matou, e agora?
- Sei lá, termina esse cigarro e mata alguém..



(não, esse texto não tem destinatário, a não ser eu e eu mesmo)

04/09/2012

Deixa assim é melhor não querer entender

Você que não acreditou
Não beijos os pés
Não lavou as mãos
Não sorriu amarelo
Nem se escondeu no banheiro
E nunca criou esperança
Olhou pra trás sem chorar
Achando que tudo era plástico
Sentindo que tudo era falso
Sabendo que tudo era um sonho
Lê, e tenta sem querer se encaixar
Que se encaixa sem querer ler
É a lógica nunca foi quebrada
Quem quebra não bate tão forte
Quem quebra sangra e faz viver.
Sim, tudo fica anestesiado
Nada será lembrado.
Nem aquela mancha branca no seu passado negro
Nem aquela mancha amarela no seu sorriso.

Escrito ao som de Engenheiros do Hawaii - Refrão de um Bolero e Placebo Every You Every Me