21/01/2009

La Pepper

La Pepper

La Pepper não era nobre, não tinha uma beleza fora do comum, ela era comum, estava na casa dos quinze anos, na flor da idade, sempre companheira, amiga de todas as horas, mesmo quando meu humor patológico fizesse ela se sentir um nada ela estava lá, sempre.
Pobre La Pepper, tinha dois olhos grandes e negros, os leigos diziam que eram duas bolas de gude, eu sabia que dois universo, duas vidas, La Pepper tinha tudo o que precisava dentro de si, a gente sabia, apesar de cara de pouca importância nós sabíamos que ela não era pouco, os dela não viviam quinze anos.
La Pepper era conhecida, todos passavam cumprimentavam ela já estava habituada aos habitantes da pequena cidade também, tinha um incrível poder de saber quem prestava, ou não, apesar de não ser dos nossos, minha companheira La Pepper era respeitada, prova maior da sua sabedoria talvez, nunca disse nada dos habitantes, e ninguém nunca, apesar de ser uma cidade pequena, teve porque falar algo de La Pepper, e isso era raro, todos tem um pecado a ser levantado, La Pepper tinha apenas seu olhar de duas vidas.
Beirando os 16 anos um mal da vida derrubou La Pepper, lhe tirou as forças, ela enrrugou no começo, nunca mal dizendo Deus apesar da pouca idade, nunca maldisse a providência divina, se é que ela existia, mas ela sabia que algo lhe tirava as forças, depois de enrrugada La Pepeer começou a diminuir, eu sabia que aquilo não era normal, todos que vissem saberiam, ela diminuiu muito em muito pouco tempo, cada vez normal, até que podíamos carregar La Pepper na palma da mão, desistimos das macas e dos homens de branco La Pepper se aborrecia, nós víamos no seu olhar apesar de nunca ter reclamado.
Assim, La Pepper caiu nas mãos da morte, de olhos abertos, aqueles dois olhos negros e grandes, ela tinha diminuído tanto que cabia dentro de uma ampola de seringa, quase do tamanho de um grilo, lembrei pela ultima vez dos seus olhos , dois universos, duas vidas, coloquei-a dentro misturei com jagüermaister e num momento pouco elogiável injetei em outro corpo que caiu no chão e debateu-se, desisti da idéia insana dei as costas e conformei com a força das mãos da morte.
Mas o corpo voltou e me olhou, e eu conhecia aquele olho, era o olho negro, era o universo de La Pepper, mas apenas o olho direito era negro, o esquerdo era o olho do velho corpo, eu sabia que La Peper não era só mais uma companheira amiga comum, ela tinha realmente duas vidas nos seus olhos negro, havia sobrado uma ainda... só mais uma chance de enganar a morte... talvez desta vez ela quisesse um gole de jagüermaister que lhe devolveu a vida, afinal de contas, sua alma só voltou com ajuda do destilado, que não poderia faltar, é claro.

4 comentários:

Anônimo disse...

surreal

Anônimo disse...

Mitras, eu li e gostei!

Daniele C. disse...

ai que preguiça de ler, Mitras. dita pra mim?

Daniele C. disse...

não entendi nada.
ahahuahuauaa. você manda bem na ficção, devia investir. uooooou!